quinta-feira, 23 de julho de 2009

Férias

O nosblogue vai de férias. Regressamos em Setembro. Aproveitamos para desejar a todos umas óptimas férias.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Blog Joint: Os Políticos domésticos e a revisão constitucional

Cabo-Verde é ainda uma jovem democracia com apenas 18 anos de vivência democrática. Por conseguinte, ainda tem os estigmas do regime anterior, cujas feridas não estão todas cicatrizadas.
É natural que ainda tenhamos da parte dos políticos domésticos comportamentos pouco consentâneos com a democracia. Afinal, os actores que ainda dominam o espaço político em Cabo-Verde são os mesmos que dominaram o espaço no regime anterior. O problema está nos actores, embora a melhoria da democracia não seja linear em relação à mudança de actores.
Existe ainda muita crispação, vingança política, falta de tolerância, e muita baixeza na prática política em Cabo-Verde.
Não obstante, considero que estamos num bom caminho em termos de consolidação da democracia e quero crer que com a nova geração de políticos que está a germinar em Cabo-Verde vamos dar um salto qualitativo significativo.
O País precisa de políticos e Partidos Políticos que sejam capazes de pôr os interesses do País acima de quaisquer interesses particulares e de organizações político-partidárias. As grandes questões nacionais merecem um debate sério e e não sujeitas a meros fins eleitorais. E a revisão constitucional que versava sobre importantes assuntos, quais sejam, a questão do salário minímo, a política fiscal, a questão do crioulo, as questões da justiça entre outros, enquadra-se nas grandes questões nacionais.
Sou daqueles que considera que os políticos domésticos desde de 1975 até aos nossos dias merecem nota altamente positiva. Apesar dos pesares, o País fez um percurso notável de lá para cá, com altos e baixos mas globalmente positivo. E os nossos dirigentes, todos eles, deram um contributo fundamental para que Cabo-verde fosse o que é hoje.
Há tempos escrevi um texto que está publicado neste espaço onde eu versava sobre a valorização da classe política cabo-verdiana. Defendi que um salário digno aos políticos era um dos ítens que servia para tal fim. É evidente que os nossos políticos ganham mal. É também evidente que o sector privado em Cabo-verde está cada vez mais competitivo e atraem os melhores. E para a política sobram os que não tem outra alternativa.
Vivemos num País em que políticos são mal falados e vistos como pessoas que querem enriquecer-se à custa do erário público. A sociedade deve respeitar os seus dirigentes e não meter todos no mesmo saco. Na política como em quaquer outra actividade temos bons e maus actores. Os maus políticos, aqueles que gerem mal a coisa pública devem ser responsabilizados por isso.
Aqueles que se aproveitam do cargo que ocupam para se enriquecerem à custa do erário público devem ser severamente punidos. Os políticos que assim se comportam não devem ter lugar na política em cabo-verde.
A Política é uma actividade nobre e estimulante. Eu adoro a política. O confronto de ideias e projectos, o debate político deve ser das actividades mais fascinantes que existe, quando feito com elevação e com tolerância.

domingo, 5 de julho de 2009

5 de Julho: grande dia pa nôs terra

Volvidos trinta e quatro anos após a independência Cabo-Verde é um país de rendimento médio com um Produto Interno Bruto Nominal de cerca de 2479 dólares e um Indice de desenvolvimento Humano elevado na ordem de 0,722 ( 3ª posição em Àfrica no ranking mundial) segundo os dados do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas. E já estamos a caminhar a passos largos para o nível de rendimento médio superior - 3256 dólares.
Em 2009, ano em que a economia mundial sofreu uma grande recessão o Banco Central de Cabo-Verde estima um crescimento da economia nacional na ordem dos 5 ou 6%. O País tem défice orçamental controlado e dívida pública controlada.
O turismo e a imobiliária turística afirmaram-se como o motor da economia. As receitas do turismo representam actualmente mais de 20% do PIB.
Cabo-Verde tem estabilidade política, económica e social que lhe permitiu granjear credibilidade a nível internacional e melhorar os índices de competitividade.
A parceria especial com a União Europeia foi uma opção inteligente. Um país pequeno, insular, e sem recuros naturais que nem Cabo-verde precisa inserir-se na economia mundial para poder se desenvolver e precisa de estabelecer parcerias estratégicas com grandes àreas económicas.
A adesão à Organização Mundial do Comércio exige a modernização da nossa economia, o aumento da produtividade e da competividade das nossas empresas.
A graduação a País de Rendimento Médio impõe prudência na gestão da coisa pública. Com esse estatuto vamos perder muitas regalias que tínhamos enquanto País Menos Avançado. Temos de aprender a andar com os nossos própios pés. A nossa economia cresceu muito mas ainda é muito frágil e se não adoptarmos políticas rigorosas corremos o risco de arrepiar caminho.
O desemprego em 2008 situou-se em 17,8%. É ainda um desemprego elevado e precisamos reduzi-lo a um dígito. Para combatermos o desemprego temos de alterar estruturalmente a nossa economia. Temos de produzir mais e exportar mais. Aliás, uma verdadeira inserção na economia mundial passa por mais exportação. Penso que a médio e longo prazo a via da exportação é o melhor modelo de crescimento e desenvolvimento para o País.
A insegurança, o tráfico de droga, o combate à pobreza são os grandes desafios que ainda temos pela frente. E decerto vamos vencê-los todos.
O dados mostram que as pequenas economias se desenvolveram ou por causa de recursos naturais abundantes ou porque apostaram no turismo, nos serviços financeiros e de negócios. O Luxemburgo, o País com o PIB per capita mais elevado do mundo de cerca de 99.104 mil dólares é um exemplo paradigmático.
O nosso próximo desafio é tranformar Cabo-Verde num País desenvolvido.