quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Acabaram-se as férias!

Acabaram-se as férias. Chegou o momento do regresso às aulas e ao trabalho. Os próximos tempos vão ser agitados em termos políticos. O Ano 2009 caminha a passos largos para o fim e 2010 vai ser um ano pré-eleitoral.
A crise económico-financeira parece ter batido no fundo e iniciou o período de recuperação. Os dados das principais Instituições Económico-Financeiras a nível mundial apontam para o fim da recessão e para o início da retoma.
Em Cabo-Verde o ano lectivo começa sem os sobressaltos de outros tempos em que havia falta de salas de aula e as aulas funcionavam em regime de tresdobramento.
Lembro-me de no final da década de 90 - quando eu leccionava a disciplina de Língua Portuguesa no Liceu de Santa-Catarina, agora rotulado de Liceu Amilcar Cabral - as turmas eram compostas por mais de quarenta alunos e algumas chegavam a atingir a meia centena.
De lá para cá, mais 15 liceus foram edificadas em Cabo-Verde e a Universidade Pública de Cabo-Verde conheceu a luz do do dia.
A Universidade de Cabo-Verde é uma das maiores conquista do Cabo-verde independente. Permite a realização do sonho do curso superior a milhares de jovens cabo-verdianos e permite ao Estado cabo-verdiano uma melhor afectação de recursos no que concerne à atribuição das bolsas de estudo. Assegurra o surgimento de uma massa crítica que tanta falta faz à nossa democracia.
A proliferação de escolas profissionais é uma medida estrutural de combate ao desemprego. O desemprego combate-se com mais formação e qualificação das pessoas aliadas à implementação de políticas que permitem uma maior atracção de investimento quer de capital nacional quer estrangeiro.
O Estado não é um investidor directo na criação de emprego, mas indirecto. Cabe ao Estado criar as condições para que haja investimento privado. São as empresas que criam emprego. Ao estado cabe: infraestruturar o País com estradas, portos, aeroportos, hospitais, escolas; regular a economia; assegurar a estabilidade macroeconómica, a estabilidade política e social, condições essas que permitem ao País melhorar os seu índice de competitividade e dessa forma atrair mais investimentos, mormente o investimento directo estrangeiro.
O ano 2010 que já se vislumbra no horizonte vai ser um ano pré-eleitoral. No início de 2011 vamos ter o campeonato político, quicá, o mais competitivo de sempre em Cabo-Verde. Fala-se muito da renovação de nos tempos que correm. Vivemos "Novos Tempos" e por isso precisamos de "Novas respostas" para os novos desafios que diáriamente surgem em Cabo-verde.
Um do grandes défices da democracia cabo-verdiana tem que ver com a inexistência de debates televisivos entre os principais candidatos aos vários cargos políticos em Cabo-Verde. É um défice que eu gostaria de ver suprido nos próximos tempos.
Vamos ver o que nos reserva os tempos que aí vem. A procissão ainda vai no adro.